Com o pedido feito durante a III Assembleia Nacional de Especialidades Odontológicas, a última ANEO, realizada em São Paulo (SP), o CFO reconheceu, por meio da Resolução CFO 160/2015, que a Odontologia do Esporte agora é especialidade.
Mas, não é de agora que a Odontologia do Esporte vem sendo trabalhada. No Brasil, o primeiro representante foi o Doutor Mário Hermes Trigo de Loureiro (in memorian) ou, simplesmente, Dr. Mário Trigo como era conhecido. Ele foi Cirurgião-Dentista da Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 1958, 62, 66 e 70, sendo bicampeão mundial (1958,1962) e sua preocupação era que o foco dentário poderia ser responsável por debilitar a saúde do atleta – só em 1958 dos 33 atletas da seleção ele removeu 118 dentes.
Entidades e associações foram formadas, todas elas extremamente importantes no desenvolvimento da especialidade. No dia 29 de setembro de 2012 um grupo de Cirurgiões-Dentistas (CDs) que estavam ligados de alguma forma com a Odontologia do Esporte se reuniu na cidade do Rio de Janeiro para formar a Academia Brasileira de Odontologia do Esporte (ABROE), com o propósito de fortalecer e ajudar no reconhecimento da especialidade.
A Odontologia do Esporte trabalha com as particularidades e especificidades dos atletas com a intenção de promover, além de saúde bucal adequada a essa população, uma melhora no seu rendimento físico. Entendemos que o instrumento de trabalho para um atleta é o seu próprio corpo e o equilíbrio é fundamental para o desenvolvimento de qualquer exercício. Imaginem um atleta com uma infecção do dente do siso antes de uma importante competição, será que o seu rendimento seria o mesmo tendo que realizar um esforço com dor? E se o mesmo atleta, ao procurar um atendimento odontológico, e, no intuito de ajudar, o Cirurgião-Dentista o medica com uma substancia proibida pela sua confederação e ele é pego no exame antidoping? Vários medicamentos utilizados pela odontologia são proibidos pela wada, instituição responsável pala área do doping esportivo. Começaram a entender que não é tão simples assim. Em determinadas modalidades o consumo de repositores de sais minerais podem desmineralizar nossos dentes e a incidência e o risco da doença cárie aumentam em determinadas populações no esporte.